segunda-feira, novembro 22

Fácil pensar mas com difícil agir !

A situação actual do Estado da Nação obriga-me a reiniciar a escrita de comentários no blog. Hoje, através do jornal Público verifiquei que o famoso sindicalista Mário Nogueira propôs a extinção das Direcções Regionais de Educação com o argumentação de que estas não servem para nada, não têm responsabilidades nenhumas na actividade das escolas e que são estruturas que servem colocar afiliados dos partidos com o objectivo de fazer um controlo político das escolas.

A respeito e dentro da lógica de encerramentos de estabelecimentos de ensino (com menos de 20 alunos), da formação de Mega-Agrupamentos esta seria a melhor de todas pois os Agrupamentos poderiam comunicar directamente com o Ministério. Infelizmente, o Ministério da Educação deu provas no ano transacto que é mais fácil reestruturar a dimensão de um agrupamento de escolas, mesmo juntando o impensável, do que tomar uma verdadeira posição politica e extinguir estas direcções regionais ou até fundi-las.

Se tivesse que decidir a respeito (ou fosse próximo do Sócrates) e dentro do que se tem feito proporia o seguinte:
- o encerramento das escolas com menos de 20 alunos sempre que fossem garantidas as deslocações e que estas não obrigassem aos alunos a um tempo prolongado fora da sua área de residência. Os horários das turmas destes alunos deveriam estar coordenados com os horários das carreiras de transportes públicos.
- a formação de mega-agrupamentos estaria confinada a Escolas/Agrupamentos da mesma freguesia ou dentro de um raio inferior a 3Km;
- a redução efectiva do quadro de pessoal das direcções regionais e/ou a sua fusão; Faria sentido existirem Direcções Regionais se estas promovessem uma verdadeira relação de apoio e de formação, local (nas escolas) na dinamização e promoção de actividades e no apoio à implementação de boas práticas. Mandar e-mails ou discriminar Agrupamentos no apetrechamento é não deve ser a melhor lógica. Mais, os orçamentos das Escolas deveriam ser públicos para ser possível verificar eventuais favorecimentos.

Se o objectivo é reduzir o número de horários docentes poder-se-iam criar acordos de cooperação na constituição dos horários (mesmo sem existirem Mega-Agrupamentos);
Se o objectivo é reduzir o pessoal não docente, na categoria de Assistente Administrativo bastaria criar pólos administrativos centrais por freguesia e as escolas manteriam um número mínimo de assistentes por escola/Agrupamento para garantir determinados serviços.

É verdade, é que os senhores políticos precisam de manter as suas condições e decidem sem pensar a vinte anos. Em Portugal, precisamos de estrategas e de um verdadeiro planeamento.

Concordo que existem muitos “piões” políticos em todas as organizações sindicais ou públicas. Assim, quanto aos sindicalistas-professores e aos professores que estão nas direcções e que já não sabem o que é estar nas Escolas a leccionar deveriam ser obrigados, à semelhança dos presidentes de Câmara, a interromper após 12 anos ininterruptos nessas funções, a exercer, dando aulas por um período mínimo de três anos.
A “profissionalização” ajuda a criar abusos e abusadores!

1 comentário:

Anónimo disse...

É bom ler-te de volta, Chico! Completamente de acordo com a tua opinião neste post!

Maria Sabichona (lembras-te de mim? eh,eh)