sábado, junho 2

“A idade é um posto” que o diga a Senhora Ministra da Educação.

Serão todos os “velhos” dignos desta recompensa?
Desde que o Mistério de Educação aprovou o novo Estatuto da Carreira Docente, que dividiu a carreira do professor em duas partes, a de professor e a de professor titular. Os candidatos para o concurso de professor titular contam-se pelos dedos nas Escolas pois precisam de estar posicionados nos três últimos escalões e ter mais de 18 anos de serviço. Assim, que esta fase passar serão os professores mais importantes da Escola ocupando os cargos disponíveis de coordenação e de gestão (espero eu).

Este é o presente envenenado que a ministra lhes reserva pois muitos deles queriam apenas ser tomados a sério, nas suas opiniões, relativamente a decisões de gestão, sem nunca ocupar as cadeiras do poder (órgão de gestão). Nas coordenações serão chamados a avaliar os colegas e indirectamente responderão pelos resultados dos alunos pois serão avaliados por entidades externas à Escola.
Durante anos, a Escola sobreviveu às regalias de muitos destes “velhotes” que se refugiavam no seu estatuto: idade e posição na estrutura interna, para terem as melhores turmas e os melhores horários. Agora, é que vão ser elas: vão andar de candeias às avessas para ver quem fica com o quê e a ver quem faz menos!

Seriamente, não concordo com esta divisão na carreira pois considero que estes profissionais valem pelo que produzem, pela polivalência e pelas capacidades que revelam. Que o digam os pais dos alunos cujos Directores de Turma correspondem aos professores mais novos da Escola. Será que o órgão de gestão lhes atribuiu esse cargo pela sua competência ou por os mais velhos não o quererem? Claro, que a resposta está ai, essa função implica mais responsabilidades, preocupações e bastante mais trabalho.
A Ministra não esteve à altura por que não colocou este cargo, o de director de turma, como obrigatório para os professores titulares? A justificação é só uma desculpa para não tirar “regalias” aos velhotes.
Quanto à questão inicial não tenho dúvidas que a experiência por si só seja importante. Ela apenas valoriza os individuos que a experimentam de uma forma participativa, interessada e voluntariosa para que seja verdadeiramente enriquecedora senão não traz qualquer benefício.

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