sexta-feira, fevereiro 15

Politiquices nas Escolas através do Conselho Geral

O ministério da Educação caso consiga levar a sua vontade avante, irá trazer a politiquice caseira às Escolas. Através da nova assembleia agora baptizada de Conselho Geral os autarcas vão querer assumir a liderança para mais facilmente controlar a direcção das escolas (isto é, o novo director).
Se de mim depender essa eleição, pelo menos o meu voto irá para um Encarregado de Educação pois entendo que um pai sabe muito bem o que pretende da Escola do seu filho. É através dos pais e encarregados de educação, da sua participação activa, que a escola poderá colmatar as suas falhas e desenvolver-se para dar resposta às necessidades da sua comunidade.
Acredito pouco nos políticos, e vejo-os apenas como indivíduos que se querem fazer notar ou aparecer para mandar uma “bocas” sobre assuntos que lhes passam ao lado. Os autarcas delegam muitas vezes em professores destacados para desempenhar essas funções, mas desses tenho também muitos reservas. Credito que muitas coisas têm que mudar. A começar pela independência entre órgãos e falta de imparcialidade nas decisões. No entanto, o facto de um professor ou funcionário não poder ser presidente deste órgão levará que outros o possam ser. Só espero que essa pessoa não procure realização pessoal por assumir o estatuto de presidente.
Infelizmente, é o que a maioria das pessoas deve pensar!

Prefiro que este novo órgão passe a ter outro tipo de funcionamento:
- que o seu presidente seja eleito por voto secreto;
- que as actas registem a verdade dos acontecimentos decorridos na reunião;
- que as votações favoráveis e negativas sejam devidamente justificadas e registadas;
- que os seus membros tenham tempo semanal definido para observar e dialogar com a comunidade;
- que dêem orientações às direcções das escolas (ou ao director) dentro da razoabilidade das condições da mesma;
- que os seus elementos demonstrem ser isentos e imparciais nas decisões tomadas, para além, de deverem mostrar-se participativos na resolução de problemas;
- que não se prestem apenas a apontar situações problemáticas e apresentar uma eventual solução;
- que as votações mais importantes não se façam do tipo braço no ar, pois estigmatizam a posição de qualquer elemento que queira votar contrariamente a uma maioria dos presentes.
- que todos os intervenientes, sintam que o seu voto é importante e o peso individual nas decisões é exactamente igual;
- que as decisões sejam construídas pelo debate de ideias e não pela imposição de “uns quantos”.

Não percebo porque que razão este órgão, conselho geral, apenas é obrigado a reunir uma vez por período. Como é possível que se apercebam dos seus problemas sem observar a prática diária da mesma. Um órgão que não esteja dotado de pessoal trabalhador, efectivo, não conseguirá acompanhar as alterações legislativas e reguladoras do funcionamento das escolas mas no entanto irá definir a estratégica das escolas com competências para escolher e destituir o director do estabelecimento de ensino.
Este é o futuro reservado às nossas Escolas públicas.

2 comentários:

Anónimo disse...

Considero de extrema importância a participação dos EE na vida da Escola, mas escolhidos com que critérios? Não dúvido da sua capacidade de colaborar connosco (docentes) na valorização e na formação dos jovens... mas ainda, na quarta-feira uma mãe me disse que a filha (de 14 anos) não poderia engravidar, pois não tinha condições económicas para criar mais um bébé! Como se esse fosse o único problema, como se uma criança merecesse ter uma mãe de 14 anos ou como se uma "miúda" dessa idade tivesse alguma maturidade para ser mãe...

Anónimo disse...

Apesar de concordar com partes deste "artigo de opinião", não posso deixar passar o seguinte: não pode o seu autor pretender alterar o Códigp do Procedimento administrativo (CPA): " que as actas registem a verdade dos acontecimentos decorridos na reunião"-das reuniões dos órgãos são lavradas actas, que são postas à aprovação dos presentes. Assim, não creio que nelas constem inverdades, e se tal acontecer é porque os presentes, ou não estão atentos, ou estão lá a fazer o quê?;
- "que as votações favoráveis e negativas sejam devidamente justificadas e registadas"- nas actas, de acordo com a lei, devem ficar registadas as posições dos que votarm vencidos e fizeram registo da sua declaração de voto. Contudo, nada obsta a que um interveniente, caso deseje, faça constar expressamente em acta a sua posição sobre determinado assunto em debate;
-"que os seus elementos demonstrem ser isentos e imparciais nas decisões tomadas, para além, de deverem mostrar-se participativos na resolução de problemas"- apesar de achar que isto é verdade, tenho verificado que, mesmo da parte de alguns docente, a sua postura mais não passa do que levantar um sem nº de problemas, muitas vezes sem qualquer intençao de os ver solucionados;

De qualquer maneira, concordo que relativamente a este assunto, há, de facto, uma carga grande de politiquice...