domingo, janeiro 6

Novo programa de Matemática do Básico

No site da Direcção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular anuncia que Programa de Matemática do Ensino Básico foi homologado pelo Secretário de Estado da Educação, a 28 de Dezembro de 2007. Este Programa é mais uma das acções levadas a cabo pelo ministério que integram o Plano de Acção para a Matemática. Consulte aqui a versão homologada do Programa.

1 comentário:

Anónimo disse...

Olá!

Várias novidades, de facto. Esta chamou a minha atenção, não por me dizer respeito directamente, mas porque há dias, numa aula de Estudo Acompanhado, ao ajudar os alunos a resolverem uma ficha que a professora de Matemática tinha indicado, me dei conta das imensas dificuldades que os alunos (neste caso de sexto ano), e digo alunos em geral, claro que há excepções, enfrentaram ao tentar resolver o que lhes era pedido. Imensas mesmo. O conceito de proporcionalidade entre fracções era para muitos uma coisa completamente abstracta. Por vezes, nem mesmo com desenhos e quadradinhos e bolos e chocolates divididos em dois, três, oito, vinte bocadinhos, dos quais comemos um, dois, três ou quatro a coisa ia lá. É certo que não tenho nada que me "meter" a ensinar Matemática. Mas é-me permitido partilhar o que aprendi, acho que sim, pois sabia que não estava a fazer mal. Informou-me a colega de Estudo Acompanhado que, por exemplo, já não se fala em mínimo múltiplo comum ou em máximo divisor comum. Talvez já não se fale também noutras coisas de que antes se falava e que antes se exigia.
A minha curiosidade em relação ao novo programa é: será que mais e mais coisas foram subtraídas de maneira a facilitar a aprendizagem? Será que foram acrescentadas algumas novidades matemáticas que entretanto tenham surgido? Foi acrescentada ou retirada exigência ao que já existia?
Aquilo a que vou assistindo é que, de ano para ano, temos de reduzir um pouco a exigência, pois de ano para ano parece que a capacidade de os alunos aprenderem aquilo que nós queremos que eles aprendam é menor. Até pode ser impressão minha... não sei. Mas sei que a reorganização curricular e a introdução das áreas curriculares não disciplinares com a consequente diminuição das cargas horárias das várias disciplinas também em nada, segundo me parece, favoreceram a consolidação das aprendizagens. Tudo é feito à pressa. Em dois bochechos de aulas está a semana de trabalho de Matemática ou de Língua Portuguesa terminada. O tempo é pouco, não dá para fazer tudo, mas quando chega o exame nacional ou até a prova de aferição, tudo pode ser pedido, tudo pode ser exigido.
No terceiro Ciclo ainda é mais flagrante. Há disciplinas, como História ou Geografia ou até as Línguas Estrangeiras, em que só existe um bloco de noventa minutos por semana. Quem é que consegue aprender, aprender de facto, Geografia ou História, ou Francês ou Inglês ou seja o que for em noventa minutos por semana? E se o professor ou um aluno faltarem... só daí a quinze dias.
Ao olhar para um horário do 3º Ciclo, o que vejo são pitadas de disciplinas. Uma pitada de Matemática, uma pitada de Geografia, uma pitada de Físico-Química... É um ensino às pitadas. E espera-se que no fim a receita saia bem feita, saborosa, completa, rica!? Como?
Bem, o comentário já vai longo... eu hoje até vim à net principalmente para procurar a história de Eros e Psyché (ou será pchiché? era uma piadita...) e acabei a falar de reorganização curricular.

Um bom fim-de-semana para ti. Agora vou visitar a Lagartinha!